A data de 26 de março, no próximo sábado, marca o Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia – uma condição que acomete os humanos e também os animais. Os cachorros, aliás, são mais afetados pelo distúrbio que as pessoas. Médicos-veterinários apontam que há tratamento disponível.

De acordo com a médica-veterinária e conselheira do CRMV-RN, Dra. Josy Pontes, pesquisas apontam que a epilepsia atinge de 5 a 6% dos cães, enquanto no caso dos humanos, cerca de 3% dos indivíduos são acometidos. 

A profissional explica que a epilepsia genética é a mais comum entre os animais. Trata-se de um distúrbio neurológico que predispõe os cachorros a uma atividade excessiva dos neurônios, gerando “convulsões” imprevisíveis e que se repetem ao longo do tempo. 

“As crises epilépticas de causa genética são as mais comuns em cães, mas outras doenças também podem desencadear crises. As chamadas epilepsias sintomáticas ou secundárias são aquelas observadas quando existem outras causas promovendo o desencadeamento das crises. Doenças congênitas como a hidrocefalia e infecciosas como a cinomose e a raiva também podem causar epilepsia sintomática”, explicou a Dra. Josy Pontes. 

Ainda de acordo com a médica-veterinária, o problema pode ocorrer em cães de qualquer raça, e, no caso da epilepsia genética, costuma aparecer em animais jovens.

Como identificar uma crise 

A conselheira do CRMV-RN explica que as crises ocorrem com três fases distintas:

– Pré-ictal: o animal parece desorientado e inquieto. Ele pode procurar o tutor, ou buscar se esconder.

– Ictal: É nessa fase onde a crise propriamente dita ocorre. Normalmente o animal tem aumento do tônus muscular em todos os membros, cai ao chão e perde a consciência. Em seguida ocorrem contrações musculares intensas principalmente da mandíbula e dos membros. O animal pode apresentar muita salivação, além de urinar e defecar durante a crise. Cada indivíduo pode apresentar alguns ou todos esses sintomas. 

– Pós-ictal: logo após a crise, o animal fica mais prostrado, confuso, desorientado, manifestando sinais de cegueira, surdez e pouca coordenação na marcha. Esta fase pode durar alguns minutos ou até dias.

Ao perceber os sintomas, o tutor deve procurar ajuda de um médico-veterinário imediatamente. Se possível, é importante registrar a crise em vídeo, apresentar as imagens ao profissional e conceder outras informações como idade, habitat, histórico de vacinas e doenças prévias do animal. Junto com outros exames, esses dados possam ajudar no diagnóstico e tratamento. 

“É muito importante encontrar a causa de base das crises e esta deve ser tratada quando possível. No caso da epilepsia genética, não há cura, mas o tratamento é realizado com fármacos anticonvulsivantes a longo prazo, com a finalidade de promover um bom controle de crises, o que exige acompanhamento frequente e exames periódicos. Com o diagnóstico e tratamentos adequados é possível que o animal tenha uma boa qualidade de vida”, explica.

 

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