Do campo à mesa do consumidor, os alimentos percorrem um grande caminho e contam com o trabalho de vários profissionais responsáveis não apenas pela qualidade e sabor, mas também pela sanidade destes produtos. Neste domingo 7 de junho, a Organização das Nações Unidas comemora o Dia Mundial da Segurança de Alimentos e o CRMV-RN aproveita a oportunidade para destacar os importantes papéis dos profissionais médicos-veterinários e zootecnistas na produção e segurança dos alimentos de origem animal. 

“É direito de todo cidadão consumir alimentos seguros e saudáveis, ou seja, que sejam nutritivos e seguros, que não venham causar intoxicação alimentar, por exemplo”. A fala é do médico-veterinário dr. José Arimateia da Silva, vice-presidente do Regional e presidente da Comissão de Tecnologia e Segurança Alimentar da autarquia. 

Atuando há mais de três décadas na área, ele ressalta que a segurança alimentar começa ainda na produção, passa pela manipulação e indústria, armazenamento, até a comercialização. Muitas pessoas não sabem, mas em todas essas etapas, os produtos de origem animal contam com o trabalho de inspeção e responsabilidade técnica de profissionais médicos-veterinários.

No campo, é preciso garantir o controle e tratamento de doença dos animais que serão abatidos, bem como nos que produzem leite, ou mesmo das colméias de abelha, etc. Nos passos seguintes, no processamento e industrialização, a carne, o leite, seus derivados o mel ou qualquer outro produto também precisa seguir normas rígidas para evitar contaminação, alterações e outros tipos de problemas que possam causar riscos à saúde humana. É assim até chegar ao supermercado. 

O dr. Arimateia conta que criou o primeiro programa de controle sanitário de alimentos de uma grande rede de supermercados do Rio Grande do Norte na década de 1990. Ele ressalta que ao longo dos últimos anos, a área tem sofrido várias transformações, especialmente por causa do avanço tecnológico, que hoje permite, por exemplo, a rastreabilidade do alimento – desde o local em que ele foi produzido, até chegar à prateleira. 

“A tecnologia de produção de alimentos mudou muito. A visão de boas práticas começou a exigir do mercado o alimento mais seguro possível, seguindo passos das boas práticas, instalações, equipamentos, manipulação, controle de pragas, além da preocupação com o meio ambiente. Hoje, o maior fiscal é a própria população, que passou a dar mais importância a isso”, ressalta. 

Por isso, dr. Arimateia considera que ainda há muito espaço para entrada de profissionais no setor, mas considera que ainda existem grandes desafios, como a formação profissional. Para ele, os profissionais ainda saem da graduação com pouco conhecimento na área e precisam buscar mais preparação para atender às expectativas do mercado.

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