Na última semana, viralizou nos aplicativos de mensagens e nas redes
sociais um vídeo no qual um homem divulgava que vacinas usadas em cães
poderiam impedir a infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) alerta que as
vacinas veterinárias indicadas para cães, aves e bois não devem, sob
nenhuma hipótese, ser administradas em humanos. Reações graves e efeitos
colaterais podem ocorrer e, em alguns episódios, levar à morte. A venda
desse tipo de produto deve ser feita sob prescrição de um
médico-veterinário.

A vacina canina divulgada é composta por agentes responsáveis pelas
doenças nos animais, os quais são muito diferentes do coronavírus
responsável pela Covid-19. É o que explica a diretora da Faculdade de
Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB),
Simone Perecmanis, coordenadora do Laboratório de Microbiologia Médica
Veterinária da instituição.

“A vacina canina contra o coronavírus destina-se unicamente à
prevenção da coronavirose canina, causada pelos tipos CCov I e CCov II.
Existem vários tipos de coronavírus e este que afeta e provoca a
coronavirose em cães nada tem a ver com o que causa a Covid-19. Essa
vacina de cães não oferece nenhuma proteção contra o SARS-CoV-2 humano”,
esclarece Simone.

De acordo com a médica-veterinária, a aplicação da vacina não surtirá
efeito no combate à Covid-19, podendo provocar reações adversas. “Ainda
não se conhecem os efeitos, e nem podemos mensurar os riscos da
administração em seres humanos”, complementa.

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