Pandemia é um termo usado em referência a um aumento de casos de uma doença infecciosa em uma ampla área geográfica e com ocorrência simultânea, podendo se iniciar com o aparecimento de uma nova doença à população humana ou reintrodução de um agente infeccioso que há muito não circula nessa espécie.

A Organização Mundial de Saúde decretou estado de pandemia para  a coronavirose causada pelo Covid 19, vírus de RNA de fita simples que é da família Coronaviridae que causa doença respiratória.

Estudos de epidemiologia molecular demonstram que este vírus tem aproximação genética com um coronavírus que infecta morcegos, porém tem outra espécie envolvida no transbordo desta virose para os humanos, que é o pangolim. Fica evidenciado que os animais são vítimas e que se nós humanos soubermos tirar proveito desse “sacrifício” deles, que já entram com o risco de morrer para informar que tem algo de errado acontecendo com o ambiente, todos nós ganharemos.

É preciso que serviços de vigilância epizoótica, que são doenças que causam  epidemias em animais, estejam bem fortalecidos e nós, veterinários, estejamos sensíveis a uma mudança da fisiologia e comportamento de animais em grupo ou não, para nos anteciparmos com bloqueios/controle de muitos surtos e salvarmos vidas humanas e de outras espécies. 

Também se faz necessário mudarmos paulatinamente o traço cultural de nos alimentarmos de animais silvestres ou que não tenham a condição sanitária de produção, devidamente inspecionada. 

E o que o médico veterinário pode fazer além dos cuidados que os órgãos de saúde têm preconizado? 

  • Observar óbito ou adoecimento de animais de qualquer espécie que tenha como evidente morte não sabida e de perfil coletivo, com espaço/temporalidade correlatos;
  • Informar mais rápido possível o ocorrido às autoridades sanitárias/saúde locais;
  • Utilizar de equipamentos de proteção individual e coletiva coerentes com o bloqueio do agente infeccioso suspeito;
  • Não remover carcaça, nem animal moribundo, do local sem ser biosseguro;
  • Evitar direta e indiretamente, promover, frequentar e divulgar eventos de massa, tendo ou não animais como atores.  
  • E seguir a risca os manuais de aconselhamento do Ministério da Saúde para o controle desta coronavirose.
*Dr. Ciro Fagundes é médico-veterinário,
coordenador do Núcleo de Vigilância de Reservatórios e Animais Amplificadores da SMS/Natal;
mestre em virologia pelo PPGBP-UFRN; e 
aluno especial do PPGNeuro UFRN.

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