Você conhece a campanha Dezembro Verde? Ela visa conscientizar a sociedade sobre as consequências do abandono de animais. Médicos-veterinários relatam casos em que tutores abandonam seus pets em clínicas veterinárias e hotéis para cachorros. A situação se agrava ainda mais no fim do ano, quando começa o período de férias.

Além de ser um ato cruel, o abandono de animais é crime previsto no Artigo 164 do Código Penal, assim como maus-tratos, conforme Artigo 32 da Lei Federal nº 9.605/1998. Um avanço importante na conscientização é a Resolução nº 1.236 do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) que apresenta conceitos claros e diferencia práticas de maus-tratos, de crueldade e de abuso.

Para evitar tais situações, cada um de nós pode ser defensor da Posse Responsável de Animais – um conjunto de atitudes que ajudam a cuidar melhor do animal de estimação e evitar o abandono. Conheça um pouco mais do assunto em 10 passos: 

1 – Um novo membro para sua família – Criar um animal de estimação é uma atitude que envolve toda a família, mudando seus hábitos e o seu dia a dia. É fundamental ter consciência de que o animal vai gerar custos com alimentação e serviços veterinários, por exemplo, e que vai viver, em média, 12 anos. Para isso, a família precisa de espaço e tempo para cuidar do novo morador. Não é raro que cães pequenos vivam por mais de 15 anos, e, com a idade, doenças como câncer, problemas articulares e de coluna podem ocorrer, resultando em cirurgias ou tratamentos paliativos de alto custo.

2 – Adote – As pessoas podem adotar animais procurando os pets em abrigos públicos ou privados, ajudando os bichinhos que foram abandonados. Ao adotar um animal adulto já se sabe exatamente seu porte e temperamento, diminuindo o risco de surpresas com filhotes de procedência duvidosa.

3 – Conheça melhor o seu animal – É muito importante conhecer as características do animal que pretende criar, de acordo com o seu porte e temperamento. É natural que se espere atitudes semelhantes as dos seres humanos. No entanto, é necessário respeitar as diferenças e oferecer os cuidados necessários para que ele possa se desenvolver. É importante conhecer a raça, hábitos e temperamento antes de levar para casa, avaliando se combina com o estilo de vida da família. O ideal é uma consulta com o médico veterinário para orientar na escolha do animal e raça ideais.

4 – Passeios – Sempre que for passear com o seu animal, leve um saquinho para recolher suas fezes. Além de ser um exercício de cidadania e preservação do meio ambiente, é obrigatório por lei. Para segurança de todos e do seu animal, não se esqueça de colocar coleira e guia.

5 – Identifique o seu animal – Existem várias formas de identificar o animal e facilitar sua localização quando perdido. O implante de microchip é uma delas. Procure informações sobre o microchip em uma clínica veterinária. O seu bichinho também pode ter um RGA – Registro Geral do Animal, que possui um número de identificação, informações sobre o animal e o seu dono. Esse número deve ser colocado na coleira do animal. Uma outra alternativa é colocar na coleira os dados básicos como nome e telefone.

6 – Esterilização – A esterilização (castração) é uma das alternativas para se evitar as crias indesejáveis e animais soltos pelas ruas. Além de não prejudicar o animal, ela evita maus tratos e o abandono. Machos castrados evitam brigas por disputa territorial, demarcação com urina em todos os lugares da casa, previve tumores de próstata e evita que fujam de casa atrás de fêmeas no cio. Já a castração nas fêmeas evita infecção uterina, diminui as chances de desenvolver tumores, evita a gravidez indesejada, o abandono de crias e os incômodos do cio.

7 – Cuidados importantes – A alimentação adequada e higienização do animal são de responsabilidade do próprio dono, assim como o ambiente em que ele vive. É importante também que ele tenha um espaço físico adequado à sua raça e tamanho.

8 – Proteja seu bichinho – As vacinações e o controle de ecto e endoparasitas (carrapatos, pulgas, vermes etc) são fundamentais para deixarem os animais prevenidos contra diversas doenças. Lembre-se de problemas graves de saúde pública no Brasil como a Leishmaniose, zoonose endêmica no território goiano, que afeta especialmente os cães. As zoonoses são doenças transmitidas dos animais ao homem, portanto, fique atento! Semestralmente, procure um médico-veterinário para avaliar a saúde do seu animal e lhe orientar sobre os procedimentos e a melhor forma de prevenir ou tratar as doenças.

9 – Cuide dele com carinho – O comportamento dos animais reflete a forma como são cuidados. Se for criado num ambiente com amor, carinho e responsabilidade, ele vai corresponder da mesma forma. Além disso, o dono precisa ter consciência de que o seu animal não vive isolado e que passeios e contatos com outros animais farão muito bem a ele. Observe sempre o comportamento do seu animal e quando notar algo diferente, procure um médico-veterinário imediatamente.

10 – Educação e adestramento – Além de fofos e saudáveis, todo dono sonha em ter um animal de estimação bem educado em casa. O adestramento profissional pode ser uma alternativa, mas com paciência você também pode treiná-lo em casa. Uma das técnicas recomendadas é a do reforço positivo, onde os animais aprendem por repetição, estímulos positivos e recompensa, valorizando as atitudes corretas e evitando maus tratos. Informe-se também com seu médico-veterinário sobre o assunto.

*Com informações do CRMV-MT, CRMV-RS e CRMV-GO.

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