CRMV-RN alerta para cuidados ao escolher pescado para a Semana Santa
CRMV-RN alerta para cuidados ao escolher pescado para a Semana Santa
O termo pescado abrange uma variedade de espécies de animais aquáticos autorizadas para alimentação humana, como peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios, quelônios e mamíferos, conforme o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA). Trata-se de normas legais criadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para garantir a qualidade e segurança dos alimentos de origem animal a serem comercializados.
Com o aumento do consumo de pescado durante a Semana Santa, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Norte orienta a população sobre cuidados essenciais na aquisição desses produtos visando levar para casa alimentos de qualidade sem riscos para a saúde dos consumidores, para tanto, necessário se faz observar os aspectos gerais do produto, as condições de armazenamento, comercialização e procedência dos peixes, crustáceos e moluscos.
O médico-veterinário Gerard Vicente, Conselheiro do CRMV-RN e Presidente da Comissão de Alimentos do CRMV-RN, especialista em inspeção de produtos cárneos pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (através do Colégio Brasileiro de Higienistas de Alimentos), destaca a importância de todos os alimentos de origem animal passarem por inspeção sanitária feita por médicos-veterinários, a fim de identificar possíveis riscos à saúde pública.
De acordo com Dr. Gerard Vicente, quando o pescado é retirado do seu “habitat” natural, seja do mar, estuário, rio, açude, lagoa e criatório em cativeiro, precisa ser manuseado com cuidado e armazenado sob refrigeração em virtude dos eventos irreversíveis que se iniciam logo após a sua captura. Por isso, as boas práticas de conservação e manipulação do pescado devem ser mantidas e garantidas pelos serviços de inspeção desde a pesca, embarcação, transporte, indústria até a comercialização.
O Dr. Gerard ressalta a importância do serviço de inspeção do médico-veterinário oficial, bem como o serviço veterinário não oficial representado pelo responsável técnico-RT para garantir a qualidade do produto final ao consumidor.
Com a finalidade de controlar e diminuir riscos de contaminações cruzadas por agentes patogênicos causadores de doenças transmissíveis por alimentos, o ambiente de produção, transporte, processamento, transformação e comercialização de produtos pescado deve seguir rigorosamente as normas legais, rotina de boas práticas e Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle – APPCC nas indústrias de pescado, além de gerenciar o destino adequado dos resíduos produzidos por essa atividade.
Segundo Dr. Gerard, o pescado é uma excelente fonte de proteína animal, porém o tecido cárneo é sensível e altamente perecível, exigindo atenção redobrada na conservação após a pesca na natureza e despesca em cativeiro. Alerta que o pescado deve ser o último item a ser comprado e precisa estar refrigerado ou congelado para manter os valores nutricionais e retardar ao máximo eventos indesejáveis.
De acordo com Dr. Gerard, a falta de refrigeração do pescado poderá favorecer a proliferação de bactérias patogênicas e reações enzimáticas resultando em deterioração do pescado rapidamente. Como medita estratégica e assegurar as caraterísticas organolépticas o pescado fresco deve ser mantido próximo de 0 °C, em contato com gelo. Já os congelados devem estar a −18 °C para preservar suas propriedades nutricionais, ressalta.
Em ralação aos riscos à saúde dos consumidores, Dr. Gerard chama atenção para evitar comprar peixes e outros produtos aquáticos de origem duvidosa e em ambientes inadequados sem condição mínima de higiene. Por causa principalmente do perigo de proliferação de agentes biológicos patogênicos capazes de causar doenças, infecções e intoxicações. Preocupações constantes das autoridades sanitárias.
Dr. Gerard faz um alerta importante, o pescado contaminado de origem duvidosa pode transmitir parasitoses, especialmente quando consumido cru como sushi e sashimi. Assim, é fundamental além de todo já exposto, saber escolher produtos inspecionados, de fornecedores confiáveis, que respeitem a legislação sanitária e pesqueira de empresas registradas nos serviços de inspeção — federal (SIF), estadual (SIE) ou municipal (SIM)”, orienta o médico-veterinário.
Por fim, Dr. Gerard dar algumas dicas de como comprar um peixe fresco seguindo as características a seguir: dependendo da espécie, os olhos devem estar brilhantes e salientes, sem aparência opaca ou afundada nas bordas, a pele deve estar brilhante, úmida e com escamas firmes e bem aderidas, a coloração viva, homogênea e com alguns reflexos, outra característica básica é olhar a guelras que deve estar vermelha ou rosada, uma caraterística de frescor e bem oxigenados sem odor repugnante. A carne deve estar firme, elástica e voltando ao formato original rapidamente quando apertado. Por último, o cheiro do peixe deve ser suave, lembrando água do mar ou algas.