Medicina Veterinária: pesquisa no RN isola parasita que causa o calazar
13 de dezembro de 2019
Uma pesquisa no Rio Grande do Norte, fruto de um trabalho de conclusão do curso de Medicina Veterinária, pode ampliar as possibilidades de diagnóstico preciso do calazar em cães. A doença, também conhecida como Leishmaniose Visceral, acomete humanos e animais e, nesses últimos, em boa parte dos casos leva ao sacrifício.
O teste confirmatório foi feito pela aluna concluinte Luiza Duarte Momo, através do isolamento do protozoário que causa a doença. O trabalho foi desenvolvido no Centro de Saúde Veterinária (CSV) da UnP. Foram examinados cães que deram entrada na unidade entre os meses de outubro e novembro de 2019.
Avanços
O calazar é uma enfermidade preocupante pois tem um diagnóstico difícil. De acordo com o professor e conselheiro do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Vicente Toscano, orientador da pesquisa, o Ministério da Saúde preconiza a realização de duas sorologias. Porém, esses exames podem ser inconclusivos pois diversos fatores podem influenciar no resultado, como o status imunológico do animal.
“Com a pesquisa, foi criado um teste padrão ouro que não deixa nenhuma dúvida sobre o diagnóstico do animal. Futuramente, esse exame pode ser incluído na rotina, trazendo ainda mais confiabilidade aos serviços do CSV”, explica o docente. A pesquisa continuará nos próximos semestres com outros alunos.
Sobre o calazar
O calazar é uma zoonose que acomete cães e humanos. Natal é considerada uma área endêmica, com um alto índice de casos em animais, especialmente, em bairros periféricos. Ela é transmitida pelo mosquito palha e, por isso, não é possível o contágio através de contato com os cachorros doentes.
Embora grave, a doença pode ser tratada em humanos. Até recentemente, o sacrifício do animal diagnosticado era a recomendação dos órgãos de saúde. Medicamentos modernos ajudam no tratamento de cães, mas eles precisarão ser acompanhados por toda a vida.
