Medicina Veterinária: pesquisa no RN isola parasita que causa o calazar
Uma pesquisa no Rio Grande do Norte, fruto de um trabalho de conclusão do curso de Medicina Veterinária, pode ampliar as possibilidades de diagnóstico preciso do calazar em cães. A doença, também conhecida como Leishmaniose Visceral, acomete humanos e animais e, nesses últimos, em boa parte dos casos leva ao sacrifício.
O teste confirmatório foi feito pela aluna concluinte Luiza Duarte Momo, através do isolamento do protozoário que causa a doença. O trabalho foi desenvolvido no Centro de Saúde Veterinária (CSV) da UnP. Foram examinados cães que deram entrada na unidade entre os meses de outubro e novembro de 2019.
Avanços
O calazar é uma enfermidade preocupante pois tem um diagnóstico difícil. De acordo com o professor e conselheiro do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Vicente Toscano, orientador da pesquisa, o Ministério da Saúde preconiza a realização de duas sorologias. Porém, esses exames podem ser inconclusivos pois diversos fatores podem influenciar no resultado, como o status imunológico do animal.
“Com a pesquisa, foi criado um teste padrão ouro que não deixa nenhuma dúvida sobre o diagnóstico do animal. Futuramente, esse exame pode ser incluído na rotina, trazendo ainda mais confiabilidade aos serviços do CSV”, explica o docente. A pesquisa continuará nos próximos semestres com outros alunos.
Sobre o calazar
O calazar é uma zoonose que acomete cães e humanos. Natal é considerada uma área endêmica, com um alto índice de casos em animais, especialmente, em bairros periféricos. Ela é transmitida pelo mosquito palha e, por isso, não é possível o contágio através de contato com os cachorros doentes.
Embora grave, a doença pode ser tratada em humanos. Até recentemente, o sacrifício do animal diagnosticado era a recomendação dos órgãos de saúde. Medicamentos modernos ajudam no tratamento de cães, mas eles precisarão ser acompanhados por toda a vida.