A terra batida, o cheiro da folha, o bicho solto no pasto e uma paixão quase que inexplicável por suas profissões. Uma, é médica veterinária. Outra, zootecnista. As duas conquistaram seus espaços no mercado de trabalho, deixaram o campo, ou permanecem nele, mas de uma forma independente.

?Me lembro dos meus primeiros anos de vida no campo. A escola era ao lado do curral?, diz a médica veterinária, Dra. Joana D?arc Pires. Ela é uma das mais antigas inscritas no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Norte.

São trinta anos de carreira, de uma dedicação ao trabalho que salva vidas. A médica veterinária trabalha na saúde pública do Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, na profilaxia da raiva humana. ?É uma doença que pode matar o ser humano e muitos animais, mas se for prevenida conseguimos o êxito maior, que a vida?, lembra.

O último caso de raiva humana no Rio Grande do Norte foi em 2010, quando uma pessoa morreu com a doença no município de Frutuoso Gomes, Alto Oeste do Estado. Mas ela lembra que o vírus circula entre os animais. ?Praticamente todos os dias recebemos no Giselda pessoas mordidas por animais que podem transmitir a doença. Em Natal, por exemplo, este ano já encontramos morcego positivo em todas as zonas da cidade. Um sinal que o vírus está circulando e é preciso reagir?, alerta.

É preciso também lembrar o amor dessa mulher pela medicina veterinária. ?É algo que me move, que me faz feliz. Não me vejo em outra profissão. Sempre gostei de animais e quando vejo algum doente, aquilo me toca de alguma forma. A gente trabalha salvando vidas?, enfatiza Dra. Joana D?arc.

Um sentimento que também move a paixão da zootecnista Dra. Christiana Varela, uma das mais antigas inscritas no CRMV-RN. Há 20 anos, ela entrava no curso de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Saiu de lá, uma mulher disposta a continuar lutando pela independência e pelo crescimento profissional na área que escolheu.

?Meu pai sempre foi agropecuarista, então o campo sempre esteve presente em minha vida. Morei 19 anos em uma fazenda , em São Gonçalo do Amarante. Hoje, moro na cidade, mas o campo é minha verdadeira casa?, diz.A zootecnista ressalta que acorda sempre feliz para trabalhar na fazenda de laticínio em São Gonçalo. ?Sou realizada com o meu trabalho?, pontua.

Neste oito de março, dia internacional da mulher, uma prova que elas conquistaram a independência, conquistaram o mundo. Juntas, somam 50 anos de amor por suas profissões.

?Quando entrei na faculdade, na minha turma de 20 alunos, apenas cinco eram mulheres. Hoje vejo essa realidade mudar, vejo cada vez mais mulheres no mercado de trabalho?, lembra Dra. Joana D?arc. ?É uma prova que a mulher pode atuar nos mais variados seguimentos?, completa Dra. Christiana

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