O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Norte vem a público desagravar profissionais médicos-veterinários falsamente acusados de terem furado a fila de vacinação contra a Covid-19. O Médico-Veterinário é profissional de saúde reconhecido pelo Ministério de Saúde e integrante do grupo prioritário nas campanhas nacionais de vacinação, inclusive no atual Plano Nacional de Imunização Contra a Covid-19.

Também ressaltamos que, além do que se imagina, este profissional atua não apenas na saúde animal, sendo importante agente na saúde humana. Para exemplificar, citamos o trabalho na vigilância e combate a doenças como Dengue, Zika, Chikungunya, Raiva, entre outras centenas de zoonoses (doenças transmissíveis entre animais e humanos), atuando também no Programa de Saúde da Família. Este profissional ainda exerce importante papel à frente de pesquisas e desenvolvimento de vacinas, medicamentos e gerenciamento de serviços de saúde. Ressalte-se que o atual responsável pelo programa de imunização contra a Covid-19 no Ministério da Saúde é um Médico-Veterinário.

Os profissionais que trabalham com atendimento a pequenos animais cuidam não somente dos pets, mas das famílias, no momento que diagnosticam e tratam importantes patologias em um animal que pode transmitir aos humanos, doenças como calazar, esporotricose, leptospirose, entre outras zoonoses que poderiam predispor estas pessoas a contraírem o Covid-19 de forma letal. O mesmo ocorre com animais de produção, que podem transmitir outras doenças através dos alimentos deles derivados. Tanto que os serviços veterinários foram considerados essenciais e funcionaram plenamente durante toda a pandemia.

No início da vacinação, o Plano Nacional de Imunização informava que os profissionais de saúde tinham prioridade para vacinação, não elencando um escalonamento sobre quem deveria tomar primeiro, ou não, as doses. Com isso, alguns municípios começaram a vacinação de outros profissionais de saúde além dos que estão na linha de frente. Porém, após entendimento de que os idosos deveriam ser imunizados antes destes, a vacinação dos trabalhadores em saúde foi suspensa. Portanto, se houve “antecipação” na vacinação dos profissionais médicos-veterinários não foi por má conduta ou dolo destes profissionais e sim por uma falha sistêmica.

Por fim, este Regional não busca que os profissionais sejam “passados à frente” na fila de vacinação, e sim, que sejam reconhecidos e tratados como profissionais de saúde e tenham reconhecida sua competência e importância para a saúde pública. Também defendemos que os profissionais permaneçam no referido grupo de profissionais e, portanto na fase 1 de vacinação, respeitadas as etapas de prioridade dentro desta fase, estabelecidas pelos protocolos do Ministério da Saúde e secretárias de saúde estaduais e municipais.

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