Somente em 2018, o Brasil produziu 24,46
bilhões de litros de leite, que chegaram à mesa do consumidor nacional e ao
redor do mundo, seja de forma pasteurizada ou transformados em produtos
derivados como o queijo, manteiga, iogurte, entre outros. Dados consolidados de
2017 apontam que o Rio Grande do Norte produziu 239 milhões de litros naquele
ano – uma média de 924 litros por vaca. Os dados são do anuário da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançado em março de 2019.

Dentro dessa cadeia produtiva que gera
empregos em todas as regiões do país, o profissional médico-veterinário faz
toda a diferença. Os cuidados com o leite e todos os seus produtos derivados
começa ainda na propriedade rural, quando os animais são adquiridos e selecionados
para a reprodução. Desde então, esse profissional cuida de todas as fases da
vaca leiteira, passando pela gestação, nascimento e desenvolvimento.

O trato com o rebanho requer atenção
especial à alimentação, ao controle de doenças e às práticas que promovam o
bem-estar animal. Segundo a médica-veterinária e professora dra. Maria Rociene
Abrantes, o médico veterinário orienta o produtor rural, o trabalho do
profissional chega até o supermercado ou outros estabelecimentos que
comercializam o produto.

“Nós estudamos todos os processos de
obtenção de alimentos de origem animal, atestando condições
higiênico-sanitárias adequadas e produtos dentro das normas exigidas. Nos
estabelecimentos de leite e derivados é importante a presença do Médico
Veterinário, porque o profissional inspeciona a matéria-prima para fabricação
dos produtos, orienta os funcionários sobre os procedimentos de boas práticas
de fabricação, bem como atua na elaboração dos derivados lácteos”, ressalta.

Uma vez no supermercado, o profissional
orienta e controlam as condições de transporte, armazenamento, manipulação e
higiene do local e dos manipuladores. “A ausência do Médico Veterinário nos
estabelecimentos que produzem e manipulam alimentos de origem animal pode gerar
sérios problemas de saúde pública devido as ocorrências de doenças veiculados
por alimentos contaminados, já que este profissional tem a responsabilidade de
decidir se o alimento encontra apropriado ao consumo ou se condena se o mesmo
apresentar impróprio”, pondera.

Um leite sem tratamento adequado pode causar
intoxicações alimentares, infecções e transmitir doenças como a brucelose,
dentre outras. Vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do
Estado do Rio Grande do Norte (CRMV-RN) e presidente da Comissão Regional de
Tecnologia e Segurança Alimentar, o dr. José Arimateia da Silva reforça que o
médico-veterinário é o profissional capacitado para prevernir e combater essas
doenças.

“Algumas bactérias que podem estar no leite,
produzem toxinas que provocam a intoxicação alimentar, por exemplo. O leite
também pode ter outros agentes patógenos. Portanto é necessária a atuação de um
profissional que tenha conhecimento de microbiologia de alimentos, de segurança
alimentar, de ecologia da multiplicação bacteriana – conhecimentos que o
médico-veterinária tem”, afirma.

Além de atuar como Responsável Técnico nos
estabelecimentos para prevenir e combater esses riscos ao consumidor, o
médico-veterinário pode atuar como fiscal dos órgãos de inspeção municipal,
estadual ou federal, que emitem selos garantindo que o produto é próprio para
consumo.


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