As exportações da carne bovina brasileira chegaram a 982 mil toneladas e renderam US$ 3,73 bilhões, entre janeiro e julho. O crescimento foi de 20,1% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC). Além disso, o país conta com todo um mercado interno, bem como as carnes de aves e suína.
O que muitas pessoas não sabem é que o profissional médico-veterinário atua em toda a cadeia produtiva, inclusive após o abate, para garantir a sanidade desse e de outros alimentos de origem animal que chegam à mesa do consumidor – e as famílias brasileiras estão se tornando mais conscientes sobre a diferença que isso faz à saúde delas. 
Atuante nessa área, o dr. Gerard Vicente Dantas de Medeiros, que é presidente da Comissão de Fiscalização do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Norte (CRMV-RN), reforça que é justamente o profissional médico-veterinário quem pode diferenciar o que é uma carne própria para o consumo humana e outra que não seja.  
“O profissional é responsável por fazer inspeção e é quem pode dizer se aquele produto é realmente carne ou um cadáver”, diz. Ele lembra que a Lei 5517/68 aponta que é da competência privativa do médico-veterinário a inspeção e a fiscalização sob o ponto-de-vista sanitário, higiênico e tecnológico dos matadouros, frigoríficos e fábricas de conservas de carne.
Um profissional pode verificar, por exemplo, se o animal abatido tinha tuberculose. Nesse caso, toda a carcaça deve ser condenada, evitando contaminação do alimento que chegará à população. Da mesma forma, outras doenças podem ser constatadas, como brucelose, cisticercose, tumores e lesões. 
Gerard Vicente ainda lembra que o profissional também atua na área do bem-estar animal, diminuindo o estresse e, consequentemente, entregando uma carne melhor. “O processo de conversão do músculo em carne é complexo e envolve uma série de alterações no metabolismo celular, bem como na estrutura proteica, que se caracteriza pelo rigor mortis, queda do PH, glicólise e esgotamento das reservas de ATP. Após o rigor mortis, a musculatura volta a ficar macia e suculenta, já devidamente inspecionada, merecendo a denominação de carne”, pontua, de forma mais técnica.
Mas no fim das contas, como o consumidor pode saber se a carne consumida por ele tem a garantia de um médico-veterinário? “Ele deve ver o rótulo desse produto, se ele tem o carimbo, um registro, seja do Serviço de Inspeção municipal, estadual ou federal (SIF)”, ressalta o profissional.  
Ele reforça que o mercado está em expansão e aberto aos profissionais que estão se formando na área, justamente porque o consumidor vem se conscientizando e cobra produto de qualidade.

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