De 20 a 22 de agosto, o Centro de Convenções Hangar, em Belém (PA), vai receber cerca de 1.200 médicos-veterinários de todo o país para um evento em dose dupla: o II Amazonvet (Congresso dos Médicos-Veterinários da Amazônia Legal) que, nesta edição, abarcará o Congresso Nacional de Animais Selvagens, realizado pela primeira vez.

A organização do Amazonvet está a cargo do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Pará (CRMV-PA), em parceria com os regionais dos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Roraima, Rondônia e Tocantins, e o apoio do CFMV. Já o Congresso foi idealizado pela CNAS/CFMV.

Na semana passada, a organização divulgou os trabalhos científicos aprovados, que serão apresentados na forma de e-pôster. Das 460 submissões, houve 381 aprovados, todos no formato de relatos de caso e resumos simples. Na cerimônia de encerramento, serão entregues certificados aos autores dos dois melhores trabalhos científicos de cada categoria: Profissional e Acadêmico.

Entrevista – Nazaré Fonseca de Souza

A seguir, a médica-veterinária Nazaré Fonseca de Souza, membro da Comissão Nacional de Animais Selvagens do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CNAS/CFMV) comenta a programação. Serão mais de 80 eventos,

Graduada em 1981 pela Faculdade de Ciências Agrárias do Pará, é também farmacêutica-bioquímica, com mestrado em Patologia Animal/Clínica Veterinária pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e doutorado em Clínica Veterinária pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP), em 2000. Atualmente, é professora titular da UFRA além de professora, tutora e orientadora da Residência da mesma instituição. No CRMV-PA, preside a Comissão Regional de Animais Selvagens e integra as comissões de Educação da Medicina Veterinária e de Ética e Legislação, entre outras atividades.

Por que o CFMV está promovendo um Congresso Nacional de Animais Selvagens?

A iniciativa surgiu diante da necessidade de divulgar e estimular a atuação dos profissionais e acadêmicos de Medicina Veterinária e de Zootecnia. E também por ser uma área em crescimento, a qual necessita de um maior número de pessoas atuantes.

Que temas e atrações destacaria na programação?

O II Amazonvet incorpora o Congresso Nacional de Animais Selvagens para contribuir com o crescimento da Medicina Veterinária e Zootecnia voltadas para animais selvagens, tão promissora em nosso país. Sendo a Amazônia o berço de tão vasta fauna, nada mais coerente do que abordar temas inerentes a diversos problemas, levando em consideração o tráfico de animais selvagens. Teremos, entre outros, um curso pré-congresso, com o tema “Bem-estar e enriquecimento ambiental em primatas não humanos”. Durante o congresso, teremos ainda palestrantes internacionais, como a estadunidense Dra. Cristina Pettan-Brewer, falando de saúde única, e o peruano Dr. Gianmarco Rojas, que abordará a contenção e anestesia em animais selvagens. Ocorrerão outras palestras com profissionais de alta competência, abordando áreas como zoonoses, bioterismo, produção, criação e conservação da fauna, mercado pet, tráfico de animais selvagens, bem-estar animal, reabilitação de rapinantes, termografia, reprodução e manejo.

De que forma o Amazonvet e o Congresso de Animais Selvagens vão interagir, isto é, de que forma um pode complementar o outro?

Ambos estão intimamente ligados, levando conhecimento e atualização para acadêmicos e profissionais de diversas áreas.

Qual a expectativa da comissão em relação aos resultados do congresso?

A expectativa é a melhor possível, esperamos ter grande participação da comunidade acadêmica e profissional. Já podemos perceber a crescente procura e identificar o grande interesse do público, com base no alto número de resumos enviados, vindos de todas as regiões do país.

Pensam em torná-lo periódico?

Isto dependerá de decisões a serem tomadas durante o III Fórum de Animais Selvagens, que ocorrerá nos dias 23 e 24 de agosto, na sede do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Pará, em Belém.

Teriam uma estimativa de quantos médicos-veterinários e zootecnistas atuam na área de animais selvagens?

Regionalmente, consideramos que existe um número pequeno, ainda; porém, por meio do incentivo dos Programas de Residência oferecidos pelas universidades Federal Rural da Amazônia (Ufra) e Federal do Pará (UFPA), aumenta sobremaneira o número de profissionais habilitados para atuar na área. Contamos também com grupos de acadêmicos frutificando, formando grupos de estudo na área de animais selvagens (Geas). Mas acreditamos que é necessário mais incentivo, por meio de empregos e fomento à pesquisa na área.

Que desafios esses profissionais encontram no seu dia a dia? E de que forma o congresso pode ser importante para eles?

A realidade dos profissionais na Região Norte é de dificuldades para ingressar no mercado de trabalho.  O evento contribui para que estejam atualizados, tendo em vista que teremos profissionais de renome abordando temas contemporâneos.

Que recado mandaria ao profissional ou estudante que ainda está em dúvida sobre ir ao evento?

Confira nossa programação, pois ela foi construída por especialistas na área. Perceba que fizemos um grande esforço para abordar a maioria dos temas de interesse acadêmico e profissional, buscando uma abrangência nacional e internacional, não somente sobre a área de animais selvagens, mas sobre a Medicina Veterinária como um todo. E que as pessoas venham a Belém, conheçam o que vem sendo produzido na Região Amazônica. Preparamos o melhor conteúdo para os participantes do Amazonvet e do Congresso Nacional de Animais Selvagens.

II Congresso dos Médicos-Veterinários da Amazônia Legal (Amazonvet) e Congresso Nacional de Animais Selvagens

Data: 20 a 22 de agosto de 2019

Horário: Das 8h30 às 18h

Local: Hangar Convenções & Feiras da Amazônia – Av. Doutor Freitas, s/n – Marco, Belém (PA)

Cursos pré-congresso: 18 e 19 de agosto de 2019

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