O queijo pode ter uma boa aparência e até ser saboroso, mas se não tiver sido produzido dentro dos padrões estabelecidos, pode causar sérios riscos à saúde do consumidor. Esse é um alerta do vice-presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Norte (CRMV-RN), Dr. José Arimatéia da Silva, que também preside a Comissão de Tecnologia e Segurança Alimentar do Regional. 

De acordo com ele, quem vai comprar o produto precisa ficar atento e verificar a procedência. Um dos principais indicativos, aponta, são os selos dos órgãos responsáveis por fazer as inspeções dos produtos de origem animal, como o Ministério da Agricultura e a Secretaria de Agricultura do Estado, através do Idiarn.  

“Se o queijo tiver esses selos, ele tem a garantia de que é um produto inspecionado e que segue as boas práticas de produção. Mas o consumidor também deve ficar atento à data de validade, às condições da embalagem e da conservação desse produto. Se a embalagem diz que ele tem que ser conservado a 10º Celsius, ele não pode estar em 12º ou 15º”, ressalta José Arimatéia. 

Muitas pessoas não sabem, mas a atuação dos profissionais médicos-veterinários e zootecnistas é fundamental para essa cadeia econômica e começa antes mesmo da fabricação do queijo, na produção da matéria prima: o leite. 

O médico veterinário é responsável pelo controle sanitário do rebanho, pela aplicação de vacinas, o tratamento de doenças como a mastite, que atinge as tetas da vaca, além do controle do uso de antibiótico – quando alguns deles são utilizados no animal, a ordenha do dia não pode ser aproveitada.  

Já o zootecnista é responsável pela nutrição animal, pela produção de alimentos adequados para o rebanho e pelo melhoramento animal, o que causa impacto na qualidade do leite.

Da mesma forma, quando a matéria-prima chega às queijeiras, os médicos veterinários são responsáveis pelas orientações e testes de acidez, bem como na avaliação sobre presença de água, por exemplo. “A qualidade do queijo depende muito da qualidade do leite”, lembra. 

A inspeção dos produtos de origem animal foi um dos temas debatidos no Congresso Brasileiro de Higienistas de Alimentos e na reunião da Comissão Nacional de Tecnologia e Segurança Alimentar, que aconteceram na semana passada em Maceió, e dos quais participou o vice-presidente do CMRV-RN. 

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